domingo, 27 de setembro de 2009

Geração Créu


Olho para a História e vejo, com grande freqüência, gerações de jovens inquietos, ativos, sonhadores, presentes em todos os assuntos e com vontade de mudança. Mas olhando para o presente o que posso ver é uma juventude estática, comodista, preguiçosa e desinteressada.
Os jovens estão definitivamente mudados, e perderam, infelizmente, o que tinham de mais admirável, a sua inquietude revolucionaria, de utilidade notória em alguns momentos históricos e extremamente contestada como rebeldia outrora.
Essa comodidade contemporânea se deve a vários fatores, na verdade já é parte da cultura atual. A busca do jovem pela falta de incômodos vem sendo nitidamente agravada pela tecnologia, com a qual eles podem executar diversas tarefas sem mesmo sair de casa, como compras, pesquisas, entreter-se e principalmente comunicar-se.
A internet é sem duvida uma das maiores protagonistas dessa transformação dos jovens. Eles obviamente aproveitam mal essa dádiva, com ela podem, sem duvida, entrar em contato com diversas culturas, escutar diversos tipos de musica, conhecer diversas obras artísticas e literárias, mas invés disso disseminam vídeos idiotas, danças de mulheres frutas, todo e qualquer tipo de futilidade que possamos imaginar.
O pior de tudo é que eles aderem fielmente a essas banalidades, deixando de lado todo e qualquer interesse que poderiam vir a ter em relação as coisas que proporcionam o bem comum, as coisas de alguma utilidade para si e para a sociedade.
Eles gostam de dançar o creu e ver a bunda da mulher melancia balançando, importam se em vestir o mesmo tipo de roupa da vocalista do paramore, tentam ser originais digitando com todos aqueles “X” e “H”, não perdem de jeito algum o episódio semanal de Naruto, passam dias e noites jogando seus RPG on-line, falam da sua vida medíocre e seus problemas de fácil resolução em seus blogs.
Uma vez Renato Russo descreveu a “Geração Coca-Cola”, uma geração forte com ímpeto para mudar as coisas que apesar de terem sido criados em um mundo de egoísmo e falcatruas iriam virar o jogo a seu favor, mas sem duvida não era da geração atual que eles estava falando. Eu poderia definir a juventude contemporânea como a “Geração Creu”, sem ímpeto nem mesmo para ir até a velocidade cinco e com interesses extremo por toda futilidade da moda.
Logo enquanto esses seres não pegarem um livro para ler, não "Crepúsculo" ou qualquer livro desses de alguma “modinha” linear, mas um livro que cause alguma reflexão que proponha uma postura diferenciada, ou então venham a ser motivados de alguma forma, eles continuaram a ter uma posição indigna de atenção à suas ideologias.

Até bem pouco tempo atrás
Poderíamos mudar o mundo
Quem roubou nossa coragem?

( Renato Russo)
Agora alem de coragem falta a vontade para mudar e como sempre seguimos em um caminho complexo e degradativo, fadando-nos ao caos absoluto e irreversível, e aparentemente fazemos muito pouco para mudar isso.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Perdoados e Controlados


Cristianismo, para alguns a religião dos bons, para outros a religião dos fracos. A religião cristã me parece nitidamente uma justificativa para os fracos, preguiçosos, oprimidos e incapazes. A meu ver ela incita o homem a rezar para que sua vida mude, a pecar e contar com o perdão, a não reagir ao seu agressor e perdoá-lo, para que possa ser perdoado posteriormente, e outras inúmeras atitudes que estimulam a fraqueza.
Como Nietzsche já proclamava, a “força” que se estabelece em nosso tempo é a fraqueza. Estamos acomodados a viver a doutrina do “depois”, praticamos as atitudes corretas para que possamos usufruir do paraíso além-vida, nos especializamos em atividades que geram capital e lucro para que vivamos uma vida com regalias fora do trabalho ou depois da aposentadoria. O fato é que com isso perdemos grandes partes de nossas vidas, quando não a perdemos por inteiro, em busca do depois. Possuímos uma postura niilista, negando valores, nos negamos o corpo, o agora, as vontades em prol de um ideal inatingível.
Se antes nós deixávamos de viver para garantir nossa entrada no paraíso, agora deixamos de vivenciar o agora para viver o depois, o futuro, próximo ou não.
Não me preocupo com o cristianismo, não mais, pois nitidamente esta em decadência e mais cedo ou mais tarde as pessoas notarão que até mesmo os mais religiosos deixam seu Deus em segundo plano nessa era moderna, confiando em medicamentos invés da tradicional reza ou fazendo cursinhos aos domingos deixando a missa de lado. O que me preocupa é a herança que a religião vai deixar para a ciência, uma população controlada praticante do niilismo moderno.
Logo essas atividades nos reprimem, impede a força, o talento, à vaidade, o orgulho intitulando-as de pecados ou atitudes não nobres, tornando o mundo o lugar dos fracos, perdoados e controlados.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Homem, Definitivamente Indefinido


Como você definiria o homem?
Eu já presenciei inúmeras respostas a essa pergunta, e a maioria das pessoas respondem sempre a mesma coisa:
“Homem é um animal racional.”
Recentemente, em um debate em uma aula de filosofia na minha faculdade, algumas pessoas responderam exatamente desta forma, com esse olhar infantilizado para o mundo.
Bem, de diversas formas eu poderia criticar esse discurso, pois não creio na razão, mas de qualquer forma partiremos de outro ponto, um ponto mais fácil, de compreensão imediata.
A razão foi criada aproximandamente no século VII A.C, porém o homem já existia há uma considerável parcela de tempo, antes dessa razão vigorava um “pensamento” mítico, uma fé no politeísmo, onde tudo era justificado, irracionalmente, pelas ações divinas dessa crença.
Seguindo esse raciocínio o homem não seria um animal racional e sim um animal mítico.
Porém como poderemos saber o que o homem “era” antes do mytos?
Partindo de um lógica Darwinista, onde as espécies estavam em constante evolução, o homem “é uma animal ainda indefinido”, pois ainda esta em construção, desenvolvimento e em constante mudança.
“Ele é um perpetuo superador de si mesmo.”
Por tanto não temos conhecimento suficiente para definir o homem, todas nossas definições são vagas e deixam muito a desejar perante a complexidade desse ser.
O homem é por hora “definitivamente” indefinido.