Eu tinha cerca de oito anos de idade, quando sai para brincar em uma praça perto de casa. Chegando lá, me diverti por alguns minutos nos brinquedos tradicionais. De repente percebi um garoto bem novo brincando com blocos de madeira coloridos, bem no centro da praça. Eu fui até ele, percebi que ele estava construindo coisas com seus blocos.
Assim que eu dei atenção pra esse menino, ele parou. Perguntei então quem era ela e o que estava fazendo. Foi quando ele me respondeu: “Você não sabe quem sou eu? Olhe bem o que estou fazendo e pense, sei que você é um garoto esperto.”. Ele voltou a construir seus prédios com blocos e seguidamente os destruía. Então pensei por poucos segundos e impaciente o menino me falou: “Eu sou aquele que constrói e destrói as coisas. Pense rapaz, pense!”. Percebi que enquanto eu falava com o menino, eu estava envelhecendo rapidamente, mas não ele. Ele continuava o mesmo.
Cansado de esperar o meu lento raciocínio, o jovenzinho exclamou: “Nossa, você é muito devagar. Pensei que você fosse mais rápido. Sempre que te observei você estava correndo atrás de algo. Mesmo quando eu te via parado, você estava agitado por dentro!”. Fiquei perplexo com aquela afirmação. Eu nem consegui ter idéia de quem era aquele menino e ele já sabia tanto sobre mim.
Enquanto o mundo girava, as coisas mudavam e eu amadurecia mais naquela conversa. Vendo minha cara de surpreso, ele disse: “Cansei de esperar sua conclusão. Eu sou o Tempo. O infinito enigmático que estava aqui antes do inicio e permanecerá depois do fim.”. Aquilo foi o ápice. Eu estava frente a frente com o tempo, de quem tanto eu ouvira falar.
O tempo então, continuou a erguer e derrubar as coisas. Aquilo estava me deixando entediado. Eu disse ao jovem garoto que ia embora, ele então retrucou: “Mas você não vai brincar comigo? Fique rapaz, não quis menosprezar o seu potencial. Faça-me companhia. Vamos nos divertir.”. Eu respondi friamente: “Não”. Com a revolta em seus olhos e a decepção em seu coração, o menino esbravejou: “Você se nega a estar ao meu lado? Então serei mau para você. Um dia você vai querer brincar comigo e serei eu que não irei brincar com você.”. Logo em seguida eu fui embora.
Agora eu estive pensando no que ocorreu. Conhecer o tempo foi uma dádiva em minha vida. Ele era tão decido, fazia sua rotina sem medo. O tempo não voltaria atrás por dinheiro algum e não havia força no mundo que o pudesse parar. Até hoje ele me inspira.
Volte tempo, eu quero brincar com você. Espero que eu não seja velho demais para que possamos nos divertir.