segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Até logo borboleta...

Foi em um dia chuvoso, num domingo parado, que a borboleta apareceu. Eu estava lá pintando o meu mundo com as poucas cores que eu tinha, derivadas de lembranças boas que ainda me restavam. De repente no mesmo instante que eu notei sua presença, a chuva parou. Olhamos-nos, corremos, eu a segui e ela fugiu como de costume. Então deitamos na grama molhada e conversamos.
Ela me contou sobre o seu mundo, sobre as cores e sobre as borboletas que ela invejava, pois voavam mais alto que ela. Pela primeira vez eu acho que entendi um pouco da borboleta. No meu mundo ela era o ser mais belo, e gostava disso.
Conversamos então sobre ser livre e voar. Quando isso aconteceu tive vontade de lhe dizer a sutil diferença entre voar e ser levada pelo vento, pois eu já tinha percebido isso quando decidi pintar o meu mundo.
Contei a borboleta sobre o meu casulo e minha mudança. Eu disse a ela o quão triste eu ficaria se de repente ela conseguisse voar tão alto em seu mundo que não precisasse mais vir ao meu para se sentir mais bela. Foi quando percebi que o meu plano tinha um ponto fraco, ela.
Caso a borboleta deixasse de vir me visitar, de uma hora pra outra, eu ficaria triste e poderia por toda a minha metamorfose a perder, pois era ela que me importava. Não estava em meus planos atingir o ponto mais alto do céu, minha única pretensão era voar ao lado dela.
Então contei tudo isso à borboleta, mas parece que ela não entendeu. Ela esbravejou e ficou irritada. Ameaçou ir embora e só voltar na próxima estação. Eu não achava que precisaria tanto tempo, mas eu não recuei e concordei com isso. Ela ficou ainda mais irritada e disse que não voltaria mais. Aquela linda e orgulhosa borboleta não mostra ferrões ou presas, mas romper aquela bela relação que nós tínhamos doeria muito mais que qualquer ferroada ou mordida. E então ela partiu.
Ela sempre me chamava de pessimista e inseguro, mas eu estou seguro e otimista o bastante para pensar que ela vai voltar na hora certa, quando nós dois estivermos prontos, e que depois da minha metamorfose poderemos dar nosso primeiro vôo juntos.

Até logo borboleta, estarei sempre pensando em você.

10 comentários:

  1. e agora, pra onde a borboleta vai voltar?

    =/

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  2. é e agora?

    =/

    muito bom! parabéns!
    seguindo o colega!

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  3. Que texto bonito! Tem um toque de tristeza e solidão... mas de esperança também! E é isso o que importa! Mesmo em meio aos problemas e à partida de alguém que muito nos importa, não podemos perder a esperança, tampouco o amor.
    Parabéns pelo blog!

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  4. adorei o texto.
    Parabéns.
    Ás vezes precisamos amadurecer um pouco mais para estarmos juntos de alguém que amamos.
    Torço que o vôo juntos seja breve.
    sucesso com o blog

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  5. ahh adorei, é dificl achar um bom blog.
    ultimamente sao todos tao banais ''/
    gostei do post ^^

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  6. Tenho uma tattoo de borboleta, e eu amo borboletas por causa dessa liberdade delas, elas nunca ficam no mesmo lugar.

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  7. =O
    ela foi msm?!?!
    mas........

    =/

    acho q a minha tb vai sabia? eu to numa tentativa frustrada de segura-la.... n consigo ser tao madura qnt vc foi.. ensina?

    beijao

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  8. ...e logo mais estará de volta para deixar um pouco mais de si!

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  9. 'Não estava em meus planos atingir o ponto mais alto do céu, minha única pretensão era voar ao lado dela.'

    Lindo, e sinto como se ouvesse tanta coisa a mais aí... Vou permitir-me imaginar.

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  10. Bonito e triste. Fica a impressão de que nossas borboletas podem nunca mais voltar, e nossa espera vai ser eterna...

    Gostei muito!

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